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  • Zdjęcie autoraRoots Psychoterapia

Atravessamos um período difícil em termos de saúde pública

Pelas razões óbvias, muito se tem falado dos sintomas físicos causados pelo Covid-19, contudo, e como psicóloga, não posso deixar no esquecimento todo o impacto que este vírus tem na vida psíquica das pessoas. Quer se esteja ou não infectado pelo Coronavirus, todos nós o possuímos no nosso imaginário e ele afecta, e muito, cada um de nós, uns mais do que outros. Sim, porque também existem grupos mentais de risco. Se imaginarmos como se sente uma pessoa com tendências fóbicas num momento em que, perante tanta informação, alguma até incorrecta, que nos entra em casa a toda a hora, assim como as reacções que as pessoas têm, tanto as mais positivas como, e principalmente, as que fazem futurologia pessimista, e partilham pelas redes sociais, não é difícil perceber o quão doloroso está a ser este momento. Outros grupos mentais de risco são os hipocondríacos, os obsessivos-compulsivos, os deprimidos, os ansiosos. Focando-me nas pessoas que sofrem de transtorno obsessivo-compulsivo com rituais de lavagem das mãos, conseguimos imaginar o quão dramático é ler e ouvir por toda a parte “por favor, lavem as mãos, Lavem as Mãos, LAVEM AS MÃOS”. Este é o eco nas suas cabeças, o mesmo que estas pessoas tentam lutar arduamente, muitas até há anos ou décadas, que agora não conseguem calar de todo. É verdade, estamos a falar de um assunto de saúde pública! Não podemos descurar a saúde mental, não a podemos ignorar nem colocá-la num patamar inferior. Nós somos uma unidade e não um conjunto de partes. Tudo em nós está unido e comunica. Uma das medidas fundamentais para conseguirmos controlar o coronavirus é o isolamento social, que todos compreendemos e aceitamos fazê-lo por consciência de que é a nossa única arma, no momento. Tem mesmo de ser e o quanto nos custa sairmos de casa apenas para o essencial, não podermos estar com a restante família, não podermos socializar com os amigos, ir à escola, estar com os colegas de trabalho, abraçar pessoas que gostamos, fazer as nossas actividades lúdicas e desportivas. É complicado gerir para todos. Imagine as pessoas que sofrem de depressão, muitas delas há anos ou décadas, verem-se agora fechadas em casa. É compreensível o quão doloroso é. O coronavirus não trouxe com ele apenas um problema de saúde física pública e a muito provável depressão económica precedente. Trouxe com ele também um enorme problema de saúde mental que não pode ficar esquecido. É importante agir agora e não depois, quando tudo acabar e quando pudermos voltar a sair de casa livremente. Nessa altura, os estragos serão enormes e, em muitos casos, irreparáveis. É importante agir agora. Por essa razão, faço um apelo. A quem já estava a fazer acompanhamento psicológico, não páre. A quem não estava, mas é susceptível de adoecer mentalmente numa situação de isolamento social, inicie acompanhamento psicológico agora. Para bem do vosso bem-estar e saúde mental. A era digital oferece um espaço virtual onde é possível cuidarmos da nossa saúde mental, há que usá-lo e não desvalorizá-lo. Combine sessões por videochamada com o vosso psicólogo/psicoterapeuta, para quem já estava a ser acompanhado, ou contacte um que ofereça esse serviço. Não deixe para depois. Depois, pode já ser tarde e extremamente doloroso. Cuide de si ao primeiro sinal. Selma Silva

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